Utilizamos cookies para otimizar e facilitar a sua experiência de navegação neste “site”. Ao ter acesso aos conteúdos do nosso Portal, você está concordando com a nossa política de cookies e privacidade. Leia Mais.

Cofic promove debate virtual com educadores sobre Comunicação Não Violenta

Como parte do seu Programa de Incentivo à Educação, que teve as suas atividades presenciais interrompidas, o Cofic está promovendo desde o início de junho oficinas on-line para os educadores das escolas municipais de Camaçari e Dias d’Ávila. Neste mesmo programa, o Cofic realiza oficinas específicas para os cuidadores das escolas desses dois municípios. Tendo como instrutores, profissionais reconhecidos em suas áreas de atuação, as oficinas abordam temas relevantes neste momento de pandemia, como Comunicação Não Violenta, Saúde Mental e Bem-estar Emocional e até Responsabilidade sobre Metas e Resultados na Vida Pós-pandemia.

A oficina com os educadores de Dias d'Ávila no dia 3 de julho reuniu 80 participantes alinhados com a proposta dos professores Célia Urpia e Jorge Amaral de que “neste cenário de crise e incertezas em que vivemos com a pandemia, a comunicação não violenta é fundamental para administrar as nossas relações sociais, familiares e profissionais frente ao grande desafio de resiliência que este isolamento e distanciamento nos impõe”.

“Três meses de isolamento é um período doloroso, mas é também misterioso e sagrado, pois é um momento de espera e preparação para uma nova forma de ação diante da vida. Diante do sofrimento e da tensão planetária, não podemos voltar da mesma forma, temos que voltar melhores, principalmente nós, que somos educadores”, disse o professor Jorge Amaral. Ele ressaltou, no entanto, de que “não sejamos ingênuos de que vamos voltar todos bons, mas temos, sim, que voltar melhores”.

Em sua apresentação, Jorge Amaral enfatizou que a comunicação não violenta é essencial para a convivência neste cenário de crise e incertezas, explicando que “temos que aprender a trabalhar com a incerteza, temos que aprender a lidar com o que é e não ficar focado no que poderia ser”. Quando questionado sobre se estamos todos no mesmo barco nesta pandemia, ele refutou: “Não, não estamos todos no mesmo barco, não. Tem muitas pessoas desempregadas, sem comida e em situações difíceis de sobrevivência. Estamos todos na mesma tempestade, mas em barcos diferentes”.

Observar sem julgar
Para os educadores em especial, Jorge Amaral acredita que é um momento de desafio para fazer valer as regras da comunicação não violenta, principalmente nas relações com os estudantes e suas famílias. A primeira regra é a observação, ou seja, ouvir sem julgar. “Não significa ficar passivo diante da vida”, diz ele, “mas observar as coisas como elas acontecem e não julgar o que o outro viveu, pois nós só podemos descrever o que o outro está vivendo, não podemos julgar”.

Além de observar sem julgar, ele alerta que devemos também prestar atenção aos nossos sentimentos e necessidades para fazer os pedidos de forma correta para que o outro entenda claramente a mensagem. Segundo Jorge Amaral, “necessidades não atendidas e não expressas causam dor psicológica e provocam violência. Nossas palavras, muitas vezes, podem levar à mágoa e à dor”. O que se conclui que “se comunicamos a partir de nossas necessidades, sentimentos e desejos, temos mais chances de sermos atendidos do que quando usamos julgamentos e avaliações”.

Em uma situação de conflito, principalmente com os jovens estudantes, o professor sugere usar a escuta empática e a linguagem descritiva e nunca valorativa diante de uma situação agressiva. “Vamos escutar com atenção e descrever o fato concreto, pois assim ajudamos o outro a refletir sobre a situação e encontrar o melhor caminho para a solução”, explica.

Jorge Amaral lembrou ainda que “temos que educar nossa linguagem para a diversidade, com respeito às diferenças de gêneros e raciais”, deixando de falar, por exemplo, que “a situação está preta” e não mais se referir ao conjunto dos estudantes no masculino e sim identificando “os meninos e as meninas”.

Estamos juntos para nos fortalecer
A oficina com os educadores tem o propósito de fortalecimento neste momento de pandemia. Em sua apresentação, a professora Célia Urpia fez uma provocação sobre o por quê e para quê da reunião virtual, respondendo que “estamos juntos para nos fortalecer neste momento difícil, para olhar para dentro e refletir sobre nossos vínculos, para olhar e cuidar da nossa casa interna, das nossas emoções, e refletir sobre nossas possibilidades para entender a importância do aqui e agora de forma sistêmica e ampliada”.

Segundo a professora, “temos que olhar as ameaças com o olhar sistêmico para sair desse estado aqui agora para o planejado”. Ela reconhece que “são muitos medos nesta pandemia, medo de perder o emprego, medo de não ser aceito, medo do desconhecido”, mas também afirma que “é uma oportunidade para aprendizado, pois podemos mudar nosso olhar se estamos abertos para aprender, ser um eterno aprendiz”, como diz a canção.

Sua sugestão é cada um buscar os recursos para se transformar, citando como recursos o autoconhecimento (terapia do espelho, da escrita para se conhecer), a tomada de consciência, a percepção do outro e da vida (com a escuta ativa e sem julgamento), a motivação (sabendo que ninguém motiva ninguém), o acreditar (quando se acredita chega aonde se quer) e a transformação. Para sustentar a conquista, Célia Urpia ressalta a importância de identificar a conquista, entender a plenitude da realização, celebrar e agradecer.

Por último, os dois educadores reafirmaram a força do desejo dos educadores de estarem reunidos virtualmente, de atuarem com resiliência e flexibilidade neste momento, “cada um a seu tempo e no seu ritmo, fazendo o melhor que pode com o recurso que tem para obter mais recurso e fazer melhor ainda”.

Reflexões para a vida
Ao final, os educadores expressaram suas opiniões sobre a contribuição do debate para suas vidas. “Estou maravilhada. O que ouvi não serve só para minha vida profissional, para as relações com meus alunos e colegas, mas levo para a minha vida”, disse a professora Eliane Porto. “O nosso desafio neste momento de pandemia é o equilíbrio, como buscar esse equilíbrio para ter uma comunicação desejada. Como educadores, temos que trabalhar de forma continuada a comunicação não violenta”, afirmou a professora Ana Rita Silva Assis.

“Essa oficina será muito proveitosa para nos auxiliar perante as novas práxis pedagógicas e as competências sócioemocionais”, disse o professor Luís Antonio. “Todos os temas abordados nos levam a refletir sobre o que devemos construir para o novo cotidiano. A comunicação não violenta é o caminho para nos ajudar a construir a escola e a sociedade que queremos”, finalizou a professora Rejane Amaral.

09/07       14h às 15h30

Entendendo sobre deficiências, síndromes e dificuldades de aprendizagem

Marieni Oliveira

Cuidadores das escolas municipais de Camaçari e Dias d’Ávila

14/07         16h às 17h30

Cuidando da Saúde Mental e Bem-Estar Emocional

Jorge Amaral e Célia Urpia

Gestores, coordenadores e educadores das escolas municipais de Dias d’Ávila

16/07          09h às 10h30

Processos Restaurativos para o Fortalecimento de Vínculos e Bem-Estar

Jorge Amaral

Educadores da APITO

21/07         16h às 17h30

Cuidando da Saúde Mental e Bem-Estar Emocional

Jorge Amaral e Célia Urpia

Gestores, coordenadores e educadores das escolas municipais de Camaçari

23/07        16h às 17h30

A Força das Relações Humanas nos Cenários Pós Pandemia

Jorge Amaral e Célia Urpia

Integrantes do Conselho Comunitário

30/07         14h às 15h30

O projeto Político Pedagógico da Instituição: o papel de cada profissional no processo de inclusão escolar, incluindo a família dos educandos

Marieni Oliveira

Cuidadores das escolas municipais de Camaçari e Dias d’Ávila

PROGRAMAS COFIC
Rodovia BA 512, KM 1,5 - Polo Industrial de Camaçari - Camaçari - BA - CEP: 42816-440