Mudanças climáticas, descarbonização e transição energética foram os temas que estiveram no centro dos debates do 3º Seminário de Sustentabilidade e Gestão Ambiental, realizado nos dias 16 e 17 de julho, de forma on-line, pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic). O evento contou com a presença de representantes de diversas empresas do Polo Industrial de Camaçari, que apresentaram cases, além de convidados dos setores público e empresarial ligados ao tema.
“Estamos diante de questões fundamentais para o nosso atual momento como sociedade e também com relação ao futuro do planeta”, disse o presidente do Conselho de Administração do Cofic, Carlos Alfano, na abertura do seminário, enaltecendo o papel do evento no compartilhamento de experiências e conhecimentos entre os seus participantes, para ampliar o domínio sobre questões cruciais ligadas à sustentabilidade e a gestão ambiental na área industrial.
Por sua vez, a diretora do Inema, Maria Amélia Mattos Lins, enfatizou ser a transição energética uma temática que exige o envolvimento de todas as áreas: governo, sociedade e setores produtivos. “Só assim poderemos produzir resultados que façam a diferença”, observou, lembrando que o Governo baiano vem investindo bastante nesse campo, de forma pragmática, com a revisão de normas e condicionantes, entre outras medidas.
Primeiro palestrante do evento, o engenheiro baiano Thiago Ivanoski Teixeira, diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, destacou a importância da “transição energética” que estamos vivendo no mundo, com a substituição dos combustíveis fósseis por “fontes energéticas menos intensivas em carbono”.
Segundo ele, mudanças significativas na forma de ofertar e utilizar energia são vitais para um mundo mais descarbonizado. Entretanto, observou, essas mudanças estão a exigir adaptações que somente podem ser promovidas por meio de processos complexos. ”O mundo precisa de políticas públicas, investimentos e inovação”, completou Teixeira, destacando que o setor industrial enfrentará “grandes desafios” para a redução de sua pegada de carbono. A boa notícia é que o Brasil tem vantagens competitivas extremamente privilegiadas graças às medidas que vêm sendo implementadas e aos recursos naturais do país.
OTIMIZAÇÃO
O tema da descarbonização teve desdobramento nas palestras seguintes de Rafaela Aloise, representante da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), e de Gabriela Cravo, líder de Descarbonização Industrial da Braskem. Em suas falas, ambas deixaram claro a necessidade de otimização dos processos industriais e redução de energia, matérias-primas e resíduos como parte da estratégia para descarbonização. “O carvão virou vilão, e é, mas não podemos pensar que toda a população precisa mudar sua matriz energética”, ponderou Gabriela Cravo, que abordou o tema “Os desafios da descarbonização em um cenário mundial de transição energética”.
Ela destacou que, na Braskem, a descarbonização é um processo amplo que acontece em todos os setores da empresa, baseando-se em três princípios básicos: melhoria contínua; redução de perdas; e otimização de processos.
A segunda parte do seminário, em seu primeiro dia, foi dedicada à apresentação de cases por parte de três empresas: Metanor/Copenor, representada pelo seu presidente, José Ricardo Uchoa; Acelen, cuja apresentação foi feita por Alex Figueiredo, e Companhia Brasileira de Alumínio, que contou com participação de Leandro Campos de Faria.
No segundo dia do seminário, 17 de julho, foram abordados temas da gestão de recursos hídricos, da inovação e da sustentabilidade. A abertura coube ao presidente da Cetrel, João Lins, seguida de palestras de Ana Fioreze (ANA), Zoltan Romero C.Rodrigues (Inema), Jordon Werlang (Cetrel), Calvin Iost (Cetrel), Daniel Oliveira (ERM) e Luciene Porto (Vale).